Felix nasceu no sertão da Paraíba, sendo o mais novo de nove irmãos aos 15 anos conseguiu autorização de sua mãe para morar com uma tia no Rio de Janeiro.
Na segunda-feira, Felix foi para o centro da cidade procurar emprego. Naquele mesmo dia, foi contratado como auxiliar de arquivista. Ele também não sabia o que era auxiliar, tampouco arquivista, mas aceitou o desafio.
Só que não durou 3 dias. O chefe tinha uma mania de tratar seus funcionários de forma desrespeitosa, e Felix resolveu que não deveria se submeter a isso. “Tudo que eu tinha era minha auto-estima e uma vontade enorme de poder oferecer uma vida melhor para a minha família”, conta.
Decisão acertada, porque seus dois empregos seguintes –dessa vez como office boy– o ensinaram muitas das competências que lhe foram úteis como empreendedor. Entre elas, a de cultivar relacionamentos e a de tomar riscos.
Melhor pedir perdão que pedir licença
Passando um dia pela sala de seu diretor, Felix viu alguns contratos sobre a mesa que tinham sido feitos errado. Aproveitando que o chefe tinha ido viajar, o garoto foi explorar os papéis para tentar corrigi-los.
“Eu estava tomando risco em dobro: fazendo algo que não tinha nada a ver comigo e, ainda por cima, na sala do meu diretor, sem autorização”, ele diz. Só que Felix se empolgou e ficou, até as 5h da manhã, trabalhando nos contratos.
Quando o patrão voltou, perguntou quem o havia ajudado. “Ninguém, eu fui fazendo aqui nas horas vagas”, Felix inventou.
A impressão causada foi tão positiva que ele ganhou uma promoção. Virou gestor e, por consequência, gerou curiosidade em toda a empresa. O aumento de salário, aliás, mudou substancialmente a qualidade de vida de Felix, que nessa época fazia faculdade de economia à noite.
Quando se formou, quis buscar novos ares. Acabou sendo contratado como gerente financeiro de uma editora de livros técnico-científicos. Lá, teve clareza de seu propósito: trabalhar com educação.
Felix convenceu os acionistas da empresa a criarem um braço de treinamentos, o qual ele passou a tocar, como uma spin-off. Em dois anos, ela já tinha uma receita superior à da editora.
Dessa experiência, ficou o gostinho:
“E SE EU CRIASSE ALGO DO ZERO, UM NEGÓCIO QUE FOSSE SÓ MEU?”
Felix já estava casado e tinha um filho quando pediu demissão para empreender. A incerteza foi o primeiro desafio, por isso logo veio o segundo, que estava em buscar investidores. Mas como ele mesmo diz:
“A sorte persegue a ousadia”
Em abril do ano 2000, sem esperar, Felix recebeu uma ligação de um repórter do jornal francês Libération. O jornalista estava no Rio de Janeiro para cobrir a comemoração dos 500 anos do Brasil e alguém havia falado com ele sobre a Escola24Horas.
Felix topou uma entrevista, mas sem grandes expectativas, e tomado por uma angústia típica de empreendedor:
“Meu Deus, preciso conversar com fundos, arrumar dinheiro, e estou perdendo meu dia aqui. Vai sair uma matéria pequenininha lá fora e eu nem vou ver.”
No fim das contas, uma página inteira foi dedicada ao negócio e à inovação que ele trazia. Um executivo do Banco Mundial –que morava nos EUA, mas estava de férias na França– leu a matéria e pediu que entrassem em contato com quem quer que estivesse por trás daquilo tudo.
Depois dessa fase, tudo começou a crescer, Félix segmentou sua empresa, mas quando foi no ano de 2003, por conta de crises, acionistas deixaram de investir e sócios quiseram sair do negócio, mas Félix sempre se lembrava de onde tinha saído. E foi assim, mais uma vez que a escola 24horas se levantou novamente e hoje ele possui 5 milhões de alunos. Ele lembra a impotância de se ter humildade antes de ser um bom empresário